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Publicado em 04/03/24 às 08:10:00

Praça Cívica de Goiânia

Espaço de Conflito e Memória

Praça Cívica de Goiânia
Monumento das 3 raças. Foto Alex Martins

Refletir sobre a Praça Cívica de Goiânia vai muito além de uma mera nostalgia pelos eventos passados ou pela riqueza histórica do local. É necessário encarar essa emblemática praça como um reflexo da complexidade urbana e política que permeia não só a cidade, mas todo o estado de Goiás.

Prédio TRE. Foto Alex Martins

A dissertação de Ronaldo Pinto Monteiro, intitulada "A Praça Cívica de Goiânia: Espaço de Poder e de Subversão Política (1933-2019)", oferece uma análise profunda e abrangente sobre a história e o significado dessa praça icônica. Ao longo de sua pesquisa, Monteiro investiga não apenas a evolução física da Praça Cívica, mas também seu papel como centro de poder político e como palco para manifestações e resistência popular.

Palácio das Esmeraldas - Foto Alex Martins

A história da Praça Cívica remonta à década de 1930, quando Goiânia foi planejada e construída para ser a nova capital de Goiás. Projetada pelo renomado urbanista Attilio Corrêa Lima, a praça foi concebida como o centro cívico da cidade, abrigando não apenas os edifícios do poder político, mas também monumentos e símbolos que celebram a identidade e a história do estado.

Centro Administrativo. Foto Alex Martins

No entanto, ao longo do tempo, a Praça Cívica se tornou muito mais do que um simples espaço físico. Ela se transformou em um palco para a expressão política e social, onde as vozes da população encontraram eco em manifestações, protestos e comícios. Monteiro examina de perto essas manifestações, desde protestos contra o regime militar até comícios pela democracia, destacando o papel central da praça na história política de Goiás.

Vista geral da Praça. Foto Alex Martins

Minha própria experiência na Praça Cívica, enquanto estudante universitária e ativista, me permitiu testemunhar a complexidade dessas questões. Organizei e participei de manifestações que exigiam mudanças significativas em áreas como educação, transporte, direito das mulheres edemocracia. No entanto, também vi de perto a resistência conservadora que permeia muitos setores da sociedade goiana, uma resistência que muitas vezes se manifesta em formas de repressão e violência contra aqueles que ousam desafiar o status quo.Evento na Praça Civica, ao fundo estátua de Pedro Luduvico. Foto Alex Martins

Portanto, ao analisar a Praça Cívica de Goiânia, é importante adotar uma postura crítica que reconheça tanto seus símbolos de modernidade quanto os desafios enfrentados pela sociedade goiana. A dissertação de Monteiro oferece uma contribuição valiosa para essa análise, oferecendo insights profundos sobre a história e o significado dessa instigante praça. Ao celebrar sua importância como espaço de resistência política, também devemos estar cientes das lutas contínuas por justiça, igualdade e democracia que ainda estão sendo travadas em Goiás e além. A Praça Cívica pode ser um símbolo de progresso, mas também deve ser um espaço de resistência contra o atraso e a opressão.

Por Déborah Irineu

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