Corredor Araguaia Tocantins, um sonho?
Ao ler essa reportagem, meu coração se encheu de esperança e de expectativas positivas. Trabalhos como este podem reestabelecer um pouco do equilíbrio na nossa natureza, tão machucada. Na esperança de que consigamos um melhor alcance, compartilhamos essa matéria da Revista Valor Econômico:
A restauração florestal de áreas degradadas, aliada à produção sustentável do agronegócio, pode render US$ 21,1 bilhões em benefícios econômicos, sociais e ambientais até 2050 em 1 milhão de hectares de Cerrado e floresta amazônica. É o que aponta um estudo coordenado pela Fundação Black Jaguar e por cientistas do Brasil e dos Estados Unidos.
A área passível de recuperação está distribuída por 13 mil propriedades rurais localizadas ao longo das margens dos rios Tocantins e Araguaia, que podem lucrar e colaborar para a biodiversidade de seis Estados com investimentos em reflorestamento e extração de produtos nativos. O modelo econômico abordado no estudo projeta que os produtores rurais de Maranhão, Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem conseguir uma receita estimada de US$ 2,7 bilhões no período.
O recurso obtido com a venda de madeira (como eucalipto, mogno africano, teca e acácia, mangium) e produtos agrícolas do extrativismo (como açaí, pupunha, nozes, pequi, cupuaçu, cacau e banana). O reflorestamento pode evitar gastos de US$ 1,3 bilhão com recuperação do solo devido a erosões que deixariam de ocorrer. Isso faria com que 527 milhões de toneladas de carbono deixem de ser liberadas. Outros US$ 17,1 bilhões de “custos sociais” seriam evitados, segundo o estudo, com a captura de mais 262 milhões de toneladas de carbono com o plantio de árvores na área hoje descoberta.
O estudo identificou que cada dólar investido na recuperação dos dois biomas para adequação ao Código Florestal nas propriedades do chamado Corredor do Araguaia pode ser revertido em US$ 9,5 em benefício líquido. O custo total para a recuperação de áreas de proteção permanente e reserva legal é estimado em US$ 2,2 bilhões. “A restauração do Corredor terá um impacto ambiental global positivo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e perda de biodiversidade”, diz o estudo.
O investimento no modelo pode resultar em US$ 15 milhões em impostos arrecadados e quase 40 mil empregos gerados, além do cumprimento de 8% da meta brasileira de recuperação florestal para 2030, conforme o Acordo de Paris.
A Fundação Black Jaguar diz que o levantamento dos números vai estimular a atração de recursos para a restauração desse corredor e a criação de outros do gênero pelo Brasil e pelo mundo. “Quando se trata da regeneração do nosso planeta, precisamos pensar e agir em larga escala. Nossa sobrevivência como espécie está em jogo”, afirma Marina Tavares, diretora de Relações Institucionais da fundação no Brasil.
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