Luiz Pedreira caminha com outros trilheiros sob a densa cobertura vegetal da Mata Atlântica, onde uma supertrilha de 8.000 km entre o Oiapoque (Amapá) e o Chuí (Rio Grande do Sul) começa a ser explorada.
“Você não valoriza o que não conhece”, diz Pedreira, com a esperança de que a criação de uma das mais longas trilhas do mundo gere conscientização sobre a fragilidade da floresta, que tem sido devastada por fazendeiros e madeireiros ao longo dos séculos.
Inspirada em outras trilhas de longa distância, como a Great Trail, que se estende por 24.000 km no Canadá, o projeto é apoiado pelos Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo. Ligará a cidade de Chuí, no extremo sul do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, ao Oiapoque, na fronteira norte com a Guiana Francesa.
Monumento na cidade de Oiapoque marca o “início do País”. Crédito da foto: Divulgação
O resultado será um corredor costeiro contínuo para animais e seres humanos. Os trabalhos já estão em andamento, mas podem levar anos até serem concluídos.
A trilha “permite às pessoas se conectarem com a floresta”, diz Pedreira à AFP, ao lado de um penhasco que oferece uma vista de 180 graus das montanhas com densa cobertura vegetal e os monólitos de granito que dividem os bairros do Rio de Janeiro. “Se você está sempre na floresta, vai valorizá-la mais”, continua.
Floresta pode ser restaurada
Grande parte da Mata Atlântica, que recobre o Rio de Janeiro, havia sido substituída por plantações de café no século XIX, conta Horacio Ragucci, presidente do Centro Excursionista Brasileiro, enquanto conduz um grupo pela trilha de terra aberta por escravos.
Uma crise hídrica forçou o então imperador Dom Pedro II a confiscar a terra e reflorestá-la, criando o que hoje é o Parque Nacional da Tijuca.
Ragucci diz que o número de visitantes na floresta aumentou nos últimos dez anos, muitos motivados por encontrar um cenário bonito para tirar uma selfie.
“Hoje têm grupos que se reúnem pelo Facebook e juntam 50 pessoas para fazer uma trilha”, conta Ragucci à AFP.
Turistas estrangeiros
Monumento na cidade de Oiapoque marca o “início do País”. Crédito da foto: Divulgação
O resultado será um corredor costeiro contínuo para animais e seres humanos. Os trabalhos já estão em andamento, mas podem levar anos até serem concluídos.
A trilha “permite às pessoas se conectarem com a floresta”, diz Pedreira à AFP, ao lado de um penhasco que oferece uma vista de 180 graus das montanhas com densa cobertura vegetal e os monólitos de granito que dividem os bairros do Rio de Janeiro. “Se você está sempre na floresta, vai valorizá-la mais”, continua.
Floresta pode ser restaurada
Grande parte da Mata Atlântica, que recobre o Rio de Janeiro, havia sido substituída por plantações de café no século XIX, conta Horacio Ragucci, presidente do Centro Excursionista Brasileiro, enquanto conduz um grupo pela trilha de terra aberta por escravos.
Uma crise hídrica forçou o então imperador Dom Pedro II a confiscar a terra e reflorestá-la, criando o que hoje é o Parque Nacional da Tijuca.
Ragucci diz que o número de visitantes na floresta aumentou nos últimos dez anos, muitos motivados por encontrar um cenário bonito para tirar uma selfie.
“Hoje têm grupos que se reúnem pelo Facebook e juntam 50 pessoas para fazer uma trilha”, conta Ragucci à AFP.
Turistas estrangeiros
Despertar a consciência ambiental e de preservação é um dos objetivos do projeto. Crédito da foto: AFP / Iam Cheibub
“Se eu puder, faço toda semana”, diz Andreza Albuquerque, enquanto ela e um grupo de trilheiros descansam da caminhada, encostados em árvores, enquanto observam a paisagem da cidade e do mar logo abaixo. “Quando chega a segunda-feira, você começa a trabalhar com uma energia totalmente diferente”, continua.
Cerca de 200 anos atrás, o naturalista Charles Darwin expressou sentimentos similares, após visitar a Mata Atlântica pela primeira vez. “Deleite, no entanto, é um termo sutil para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, perambulou pela floresta brasileira”, escreveu Darwin em seu diário em 1832.
Lahure diz apoiar a ideia de uma trilha transbrasileira, embora se preocupe que a floresta possa, um dia, atrair amantes da natureza em excesso. “Vivemos em uma cidade de seis milhões de habitantes”, diz Lahure, em alusão à população do Rio. “Se todo mundo vier, a floresta vai acabar”, completou.
É o segundo maior ecossistema do planeta
Considerada pela ong Fundo Mundial para a Natureza (WWF) o segundo ecossistema mais diverso do planeta, atrás apenas da Amazônia, a Mata Atlântica abriga milhares de plantas e espécies animais.
Ponte Binacional Franco-Brasileira, no Oiapoque, Amapá, liga o Brasil à Guiana Francesa. Crédito da foto: Divulgação
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a floresta cobria mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados do território, uma área correspondente a quase o dobro da França.
Desde então, no entanto, quase 90% da mata desapareceu, destruída ao longo dos séculos para abrir caminho para cultivos de café, cana-de-açúcar, criação de gado, ou cidades.
O desmatamento da Amazônia
Uma floresta tropical crucial para manter o aquecimento sob controle -- disparou 278% em julho em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo cifras do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este número se segue ao aumento de 90% do desmatamento em junho em comparação com o mesmo mês no ano anterior. (Allison Jackson - AFP)